Há uma aparente contradição nos textos de Êxodo 9:3-6 e Êxodo 9:19-21,25, onde é citada a morte dos animais dos egípcios duas vezes, uma morte por pestilência e outra por chuva de granizo.
A palavra kol (em hebraico כֹּל), traduzida como todo, pode significar em grande quantidade, ou na maioria, segundo Strong e Thayer. Podemos comprovar isso nesse mesmo texto. Em Êxodo 9:3, constatamos que todo o gado de Êxodo 9:6 é uma generalização, pois indica que eram apenas os animais que estavam no campo e não nos currais, estábulos, casa, …:
Eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que está no campo, sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois, e sobre as ovelhas, com pestilência gravíssima.
Êxodo 9:3
No primeiro texto, vemos que o gado dos filhos de Israel, que estavam no Egito não morreram por pestilência:
E o Senhor fez isso no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum.
Êxodo 9:6
Os animais que estavam recolhidos, seguindo a mesma orientação dada em Êxodo 9:19 e Êxodo 9:3, não sofreram as consequências da praga de pestilência, nem pela chuva de granizo e há ainda a possibilidade de alguns animais terem sobrevividos à essa praga, devido ao uso da palavra kol. Além disso, entre a praga por pestilência e a chuva de granizo, os egípcios, provavelmente compraram animais dos filhos de Israel, já que eles haviam perdido uma grande quantidade de gado por pestilência (Êxodo 9:4,7).
Diferentemente da praga da pestilência, a chuva de granizo foi mais ampla, não apenas para o gado, mas para todos animais, servos e plantas (Êxodo 9:22,25). Por isso, após a praga da pestilência, haviam animais que sofreram a praga da chuva de granizo, esses animais, não eram apenas gado, e os gados que sofreram não estavam recolhidos, ou seja, estavam no campo, pois seus donos não ouviram a palavra do Senhor (Êxodo 9:19-21).