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Saiba o que é epistemologia

Epistemologia é um termo que foi criado por James Frederick Ferrier, um filósofo escocês do XIX século. Ele cunhou essa palavra tomando como base duas palavras gregas: ἐπιστήμη (episteme, que significa conhecimento certo) e λόγος (logos ou sua derivada logia, que significa estudo, discurso). Ele definiu assim:

Esta seção da ciência é apropriadamente denominada Epistemologia – a doutrina ou teoria do conhecimento, assim como a ontologia é a ciência do ser … Ela responde à pergunta geral: “O que é saber e o que é conhecido?” – ou, mais resumidamente, O que é conhecimento?

J.F. Ferrier – Institutes of Metaphysics, 1854 (tradução livre)

Portanto, a epistemologia tem como objetivo o estudo do conhecimento. O foco desse artigo não é esgotar o assunto, nem abordar a análise dos filósofos, mas dar uma visão geral sobre o que é epistemologia.

A epistemologia é um ramo filosófico que busca criar uma teoria do conhecimento. Questões do tipo: “O que é conhecimento?”; “Esse conhecimento é verdadeiro?” são algumas formuladas pela epistemologia. Embora o termo epistemologia seja recente, a sua origem remonta, pelo menos, ao período pré-socrático. Parmênides e comoe Heráclito, por exemplo, tinham vários métodos para explicar seus pensamentos e chegarem às conclusões racionalmente, seja pela razão ou pela percepção. Esses filósofos, além de, Descartes, Platão, Aristósteles, Lock, Russell, Kant e outros, tiveram um papel importante na epistemologia.

Parar para pensar se você realmente sabe o que acredita que sabe, é muito importante para eliminar crenças baseadas apenas em senso comum e falta de racionalidade. Em um mundo cheio de fake-news, creio que essa deveria ser a área que todos devíamos nos preocupar. Portanto, a epistemologia nos ajuda a:

  • Entender o que é conhecimento e diferenciá-lo de conceitos de opinião e crença
  • Quais são as categorias de conhecimentos existentes
  • Quais fontes de conhecimento são confiáveis, como e onde usá-las corretamente
  • Quais são os limites do nosso conhecimento
  • Será que podemos conhecer a realidade (ou verdade) e o que nos impede
  • Como o conhecimento está relacionado à crença
  • Como devemos proceder para obter conhecimento
  • Quais informações são justificáveis

Muitas pessoas têm apenas opinião sobre algo ao invés de realmente conhecer. Analisar a possibilidade, a origem, o limite, a essência, as formas e o valor do conhecimento nos leva a diferenciar e encarar a busca pela Verdade e Certeza.

Será que a nossa percepção, os nossos sentidos, são fontes confiáveis de conhecimento? Será que nossa memória também o é? E o testemunho de especialistas? Como conhecer o mundo a nossa volta? Quais são os problemas do ceticismo? As respostas para essas perguntas são os objetivos da epistemologia.

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Conheça a alma

A palavra alma, em alguns casos também traduzida como espírito (ψυχή – psique em grego significa “eu sopro”, derivada da palavra ψύχω – psýcho: soprar, esfriar mediante a sopro ou πνεῦμα – pneuma em grego, que significa fôlego, ar ou vento, também equivalente à ר֫וּחַ – ruach ou נָ֫פֶשׁ – nephesh em hebraico), se refere à vida, aos sentimentos e aos pensamentos e não a uma entidade que pode existir fora do corpo. Isso fica claro pelo texto de Mateus 2:20, onde a palavra psique é, em conjunto com o texto, traduzida como “procuravam a morte do menino” ou “atentavam contra a vida do menino”. O texto refere-se ao anjo que apareceu para José, e estava orientando-o a proteger a vida (psique) do menino Jesus, e não a “alma espiritual separada do corpo” como alguns acreditam e que não faria nenhum sentido para a história de Jesus. Em alguns textos, fica claro que a “alma” (traduzida em vários locais pela palavra vida) se alimenta de maneira física (Mateus 6:25, Lucas 12:22) e pode deixar de existir. Em outros textos, se fosse considerada a tradução de psique, ao invés de vida, como “alma espiritual separada do corpo” o texto ficaria com sentido negativo (Mateus 10:39, Mateus 16:25, Mateus 20:28, Marcos 8:35, Marcos 10:45, Lucas 9:24, Lucas 14:26, Lucas 17:33, João 10:11, João 10:15, João 10:17, João 12:25, João 15:13, 1 João 3:16), sendo incoerente com os escritos bíblicos.

O mesmo significado de psique é utilizado em outros textos e traduzida também como vida (Marcos 3:4, Lucas 6:9, João 13:37, João 13:38, Atos 20:10, Romanos 11:3, Apocalipse 8:9). Pneuma também é traduzida como espírito da mesma maneira (Mateus 27:50, João 19:30), em alguns casos a palavra é traduzida como vento e espírito ao mesmo tempo (João 3:8), ou sentimentos. Essa mesma abordagem é utilizada para a palavra psique (Mateus 26:38, Marcos 12:30, Lucas 1:46, João 10:24, João 12:27, Atos 14:2, Efésios 6:6, 1 Pedro 2:11) e pneuma (Mateus 5:3, Romanos 12:11, João 11:33, Atos 18:5, Atos 18:25, Atos 20:22, 1 Coríntios 4:21), indicando que o corpo separado da sua alma, do sopro de vida de sua essência, cessa de existir (sua pneuma morre: Tiago 2:26, seu ruach, fôlego, existe só com vida: Jó 27:3-4) e, em estado de morto, não se sabe de nada, não faz realizações e não se fala com ninguém (Eclesiastes 9:5, Eclesiastes 9:6, Eclesiastes 9:10, Salmos 115:17, Salmos 146:4). Nesse estado, o morto não vai para local nenhum, continua em sua sepultura (Jó 14:12, Jó 17:13), assim como Davi não foi aos céus e continua na sepultura (Atos 2:29, Atos 2:34) até a ressurreição no final dos tempos (Daniel 12:13, João 5:28, João 5:29, 1 Tessalonicenses 4:16). Essa ressurreição ainda não ocorreu (2 Timóteo 2:18). Esse conjunto vida (sopro) e corpo é conhecida como alma vivente (Gênesis 2:7), portanto, com a possibilidade de morrer (Ezequiel 18:4, Ezequiel 18:20), pois, somente Deus é imortal (1 Timóteo 6:16). É perigoso acreditar que a alma do ser humano vive para sempre, pois, a primeira mentira que foi proferida por Satanás é justamente a da imortalidade do ser humano, mesmo em desobediência e cometendo pecado, ou seja, a mentira da imortalidade da alma (Gênesis 3:4, Apocalipse 12:9).

Cristo diz que tanto o corpo, quanto a alma (psique) morre (Mateus 10:28). Há diversos textos que descrevem que a alma morre (nepheshGênesis 19:19, Números 23:10, Josué 2:13, Josué 2:14, Juízes 5:18, Juízes 16:16, 1 Reis 20:31, 1 Reis 20:32, Salmos 22:29, psiqueTiago 5:20). Podendo ser levada à cova (Jó 33:22, Salmos 89:48) ou não deixada lá (Salmos 16:10, Salmos 30:3, Salmos 49:15, Provérbios 23:14). Alma também pode ser decepada, eliminada ou destruída (nepheshGênesis 17:14, Êxodo 12:15, Levítico 7:20, Levítico 23:29, Josué 10:37, Salmos 78:50, Ezequiel 13:19, Ezequiel 22:27, psiqueAtos 3:23, Apocalipse 16:3), podendo ser morta até por espada (Ezequiel 33:6), estrangulamento (Jó 7:15) ou afogamento (Jonas 2:5).

Como a alma sem um corpo não está consciente e os mortos de nada sabem, Deus proibiu a consulta com mortos desde o princípio, e isso foi incluso nas leis de Moisés (Levítico 20:27) e é abominável para Deus (Deuteronômio 18:11, Deuteronômio 18:12), pois, Satanás pode simular tal aparição (2 Coríntios 11:14) e demônios podem realizar milagres desse tipo (Apocalipse 16:14, Mateus 24:24). Diferentemente do que se acreditava na cultura grega sobre os espíritos que existia entre o povo (Lucas 24:37), Jesus ressuscitou com Seu corpo de carne e osso (Lucas 24:39), inclusive se alimentando (Lucas 24:42, Lucas 24:43).

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Ouça os mensageiros de Deus

A palavra anjo significa mensageiro (angelos – ἄγγελος em grego ou malak – מַלְאָךְ em hebraico). Temos a presença da ideia de anjos no cristianismo, judaísmo, budismo, hinduísmo, islamismo, espiritismo, teosofia entre outros. Nas escrituras eles são responsáveis por nos transmitir as mensagens de Deus (Lucas 2:9,10).

Origem

Os anjos existiam antes da criação do homem e são, frequentemente, associados com estrelas (Jó 38:4-7Juízes 5:20Daniel 8:10Judas 1:13Apocalipse 1:20). A referência à estrelas também se encontra nos livros apócrifos, não inspirados, como o de Enoque, e na descrição de Lúcifer (Isaías 14:12,13). Eles foram criados por Deus (Colossenses 1:16Salmos 148:2,5), em grande quantidade (Hebreus 12:22Apocalipse 5:11), são espíritos (Hebreus 1:14) e se assemelham à ventos, brasas de fogo e clarão de relâmpagos (Hebreus 1:7Ezequiel 1:13,14Mateus 28:2,3). Também foram criados um pouco superior aos homens (Salmos 8:4,5) e tem papéis, como mensageiros, representantes de Deus, atuantes em visões e são relatados em várias histórias bíblicas: Adão, Noé, Abraão, Sara, Ló, Jacó, Esaú, Moisés, Balaão, Josué, Gideão, Sansão, Samuel, Eli, Saul, Jônatas, Davi, Salomão, Elias, Eliseu, Isaías, Ezequiel, Daniel, Esdras, Neemias, Zacarias, Ester, João Batista, profetas e outros, encarnação (Cristo vindo em carne), morte e ressureição de Cristo, discípulos, Paulo, Cornélio e nas revelações sobre o fim dos tempos.

Satanás e anjos malígnos

O significado de Satanás (1 Crônicas 21:1Jó 1:6Jó 2:1-7Zacarias 3:2), שָׂטָ֖ן em hebraico, é adversário, inimigo ou acusador (Salmos 109:6), podendo ser utilizado inclusive para bons adversário (Números 22:22) ou adversários de guerra (1 Samuel 29:41 Reis 5:42 Samuel 19:221 Reis 11:14,23,25). Sua ação é descrita desde o início do mundo (Gênesis 3:1-5Apocalipse 12:9) e associado com Caim, reconhecido como pertencente ao maligno e filho do diabo (1 João 3:10-12).

Alguns estudiosos citam a profecia sobre o rei de Babilônia, descrita em Isaías, como uma comparação do rei com Satanás, qualificado com o título de Lúcifer antes da sua queda (Isaias 14:12). Entretanto, esse nome tem origem latina (tradução da bíblia Vulgata Latina) e significa “portador de luz”, derivado da palavra heylel, הֵילֵ֣ל em hebraico, que significa também portador de luz ou estrela da manhã. Cristo reivindica esse título pertence à Ele (Apocalipse 22:16), utilizando o termo ἀστὴρ ὁ λαμπρός ὁ πρωϊνός em grego, que significa a Brilhante Estrela da Manhã. Provavelmente, com base nessa profecia, Satanás tinha o título de portador de luz (Lúcifer) quando era cidadão celeste.

No novo testamento Satanás é associado como pai da mentira (João 8:44) e, além de Satanás (Apocalipse 12:9), também é utilizado o nome diabo, Διάβολος em grego, que significa difamador, acusador e caluniador. Embora não seja dito claramente Satanás como sendo um anjo, ele é mencionado em conjunto com anjos (Mateus 25:41Apocalipse 12:9) e junto com os “filhos de Deus” (Jó 1:6Jó 2:1), que, provavelmente, são anjos. Satanás também é um querubim (Ezequiel 28:14-16) e pode se transformar em um anjo de luz (2 Coríntios 11:14).

Satanás é associado com dragão, serpente (Apocalipse 12:9Gênesis 3:15) e levou um terço das estrelas (anjos), junto com ele (Apocalipse 12:4). Esse anjos são maus (Mateus 25:412 Pedro 2:4) e podemos associar com o que está descrito no livro de Daniel (Daniel 8:10).

Esse anjos eram perfeitos, mas não guardaram o estado original (Judas 1:6Ezequiel 28:14-15). Esses anjos lutam contra nós (1 Pedro 5:8Efésios 6:11,12Tiago 4:7) e podem se transformar (2 Coríntios 11:14,15) e realizar prodígios (Apocalipse 16:14) para nos tentar enganar (1 Timóteo 4:1Atos 13:10). No final, serão destruídos (Apocalipse 12:121 João 3:8Apocalipse 20:3Mateus 25:41).

Natureza

Os anjos são seres com grande força (Salmos 103:20) capazes de movimentar pedras enormes, facilmente (Mateus 28:2). Também, conseguem se movimentar rapidamente (Ezequiel 1:14Daniel 9:21-23).

Diferentemente do seres humanos, os anjos são seres espirituais (Hebreus 1:13-14) e já existiam antes da morte de qualquer ser humano (Gênesis 3:24). Entretanto, após sermos ressucitados, seremos “como anjos” ou “semelhante aos anjos” e não anjos reais (Mateus 22:30). Portanto, há diferenças na natureza de anjos e seres humanos.

Presença de asas

Não há como sabermos ao certo se os mensageiros do Senhor tem asas. Alguns textos indicam a presença de asas em querubins e serafins. Entretanto pode ser uma maneira metafórica de se associar com proteção. Deus também é dito metaforicamente que possui asas (Salmos 91:4Salmos 57:1Salmos 17:8), essas asas são associadas à proteção de uma águia (Deuteronômio 32:11). Em visões, Zacarias, também viu duas mulheres com asas (Zacarias 5:9).

Hierarquia

No início do cristianismo até a idade média, alguns estudiosos: Clemente, Ambrósio, Jerônimo, Dionísio, Gregório Magno, Isidoro de Sevilha, João Damasceno, Tomás de Aquino e Dante Alighieri, classificaram os anjos em classes: Serafins, Querubins, Éons, Hostes, Potestades, Autoridades, Principados (Governantes), Tronos, Arcanjos, Anjos, Dominações e Virtudes (Autoridades). Contudo, só temos informações concretas de 3 categorias na bíblia: Serafins, Querubins e Arcanjo. As outras classificações são interpretações de expressões bíblicas ou sobre estudos cabalísticos e esotéricos feitos pelos primeiros estudantes do cristianismo. Alguns livros apócrifos trazem conjunto de nomes de anjos que não estão nas escrituras.

Sobre as classificações das escrituras temos:

Arcanjo

Significa anjo principal ou chefe. Miguel é classificado como “o arcanjo” (apenas um) (Judas 1:9) e no fim dos tempos a voz do arcanjo será ouvida (1 Tessalonicenses 4:16). Portanto na bíblia só temos um único arcanjo, ou chefe dos anjos, o grande príncipe: Miguel (Daniel 12:1-3), que significa: Aquele que é como Deus. Miguel também é responsável pala batalha final onde o Diabo será derrotado (Apocalipse 12:7-9).

Há uma referência ao Príncipe do exército do Senhor (provavelmente o arcanjo), onde Josué se prosta e adora (Josué 5:13-15). Como anjos rejeitam adoração (Apocalipse 19:10Apocalipse 22:8-9) e só devemos dar culto à Deus (Mateus 4:10), esse Príncipe e Arcanjo deve ser Miguel, uma representação de Cristo.

Cristo é descrito como chefe de todos os anjos (1 Pedro 3:22). Outro ponto interessante é que um Príncipe do exército celeste indica que é Filho do Rei dos céus. Essa interpretação é um pouco polêmica e algumas traduções das escrituras retiram a palavra “adoração” do versículo, mesmo havendo uma referência ao lugar que esse Príncipe estava como sendo santo (Josué 5:15). Daniel também relata que Miguel é o Príncipe mais antigo e importante (Daniel 10:13). Malaquias também associa Cristo com o Anjo (Mensageiro) da Aliança (Malaquias 3:1).

Querubins

Aparecem como guardas no jardim do Éden (Gênesis 3:24) e em volta do trono de Deus (2 Reis 19:15). Em Ezequiel, os querubins são apresentados como guardiões do trono de Deus e simbolizando 4 criaturas: leão, touro, águia e homem (Ezequiel 1:10), com asas e junto com rodas complexas com olhos (Ezequiel 10:1-20).

A palavra guardiões, também pode ser traduzida como cobridores e, por isso, os querubins são representados como anjos cobridores ou anjos guardiões. Na arca da aliança tinham forma humana, mas com asas (Êxodo 25:10-21Êxodo 37:7-9). Lúcifer é descrito também como um querubim cobridor (Ezequiel 28:16), os querubins da arca, também eram anjos cobridores (Êxodo 25:20Êxodo 37:9), indicando a importância que Lúcifer tinha antes da queda (Ezequiel 28:14-16Isaías 14:12-15). Também há uma cidade da Babilônia com nome semelhante (Esdras 2:59Neemias 7:61).

Representações da Assíria e Mesopotâmia demonstram os querubins como leões ou touros com asas. Essas representações também foram usadas no templo da visão de Ezequiel e no templo de Salomão. Nas paredes, relatadas na visão, haviam palmeiras e querubins com duas cabeças: leão e homem (Ezequiel 41:181 Reis 7:36). Outra representação utilizada é que os querubins na arca sejam a representação da carruagem de Jeová (1 Crônicas 28:18Salmos 68:17). Além disso, é possível cavalgar um querubim (2 Samuel 22:11Salmos 18:10).

Serafins

Significam “abrasar, queimar, consumir”, figurativamente, pode ser utilizado para falar sobre serpentes venenosas ou ardentes (Números 21:6,8Deuteronômio 8:15Isaías 14:29Isaías 30:6). Isaías diz que cada um tem seis asas (Isaías 6:2). No relato de Isaías ele trouxe uma brasa viva (Isaías 6:6).

Anjo importante

Gabriel, que significa “Deus enviou”, embora não temos sua categoria declarada, sabemos que ele é um anjo importante e auxilia diante de Deus (Lucas 1:19), responsável pelo entendimento das profecias (Daniel 8:16Daniel 9:21-23) e por grandes acontecimentos bíblicos, como o nascimento de João Batista (Lucas 1:11-20) e a vinda de Cristo em carne – nascimento de Cristo (Lucas 1:26-38). Por essas características, possivelmente, ele revelou as profecias à João (Apocalipse 1:1), pois foi ele que falou ao profeta Daniel, inclusive citando o arcanjo Miguel, como o Príncipe (Daniel 10:21). Outro indicio de ser Gabriel, o mensageiro do Apocalipse é que o anjo disse ser conservo dos profetas (Apocalipse 22:9).

Atividades dos mensageiros de Deus

Os mensageiros de Deus agem como anjos da guarda (Salmos 34:7Hebreus 1:14Salmos 91:10,11), nos ajuda (Atos 12:5-10Atos 27:23,24) e obedecem à Deus (Salmos 103:20-21). Eles também registram nossas atividades (Eclesiastes 5:6Malaquias 3:161 Coríntios 4:9Efésios 3:10) com atenção (1 Pedro 1:12). Podem aparecer a nós como, ou ser, seres humanos (Hebreus 13:2). São responsáveis por ajuntar os escolhidos no fim do mundo (Mateus 24:31). Louvam (Lucas 2:13,14Salmos 148:1,2Isaías 6:3Jó 38:6,7) e adoram a Deus (Hebreus 1:6Apocalipse 5:8-13).

Curiosidades

Há ainda a possibilidade dos 24 anciãos que são ministros especiais de Deus (Apocalipse 4:10) serem anjos (também referenciado como Tronos ou Ofanins por alguns), mas é pouco provável, pois as vestiduras brancas são dados somente aos vencedores (Apocalipse 3:5). Como os anjos que estão no céu não pecaram, não precisam vencer. O mesmo pensamento é válido para suas coroas (Apocalipse 3:11). Portanto, esses anciãos são alguns dos que ressuscitaram com Cristo (Mateus 27:52,53).

Um fato interessante é da luta de Jacó com um anjo é que muitos acreditam ter sido uma luta com Deus (Gênesis 32:30), mas Oséias esclarece que Jacó lutou com um anjo e não com Deus (Oséias 12:4).

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Não obrigues a dizimar

Dízimo, um assunto polêmico. Muitas interpretações diferentes, pessoais e com base em más experiências. É a galinha dos ovos de ouro da teologia da prosperidade e, por isso, é bastante minado e mal interpretado pelo seu uso incorreto. Veremos o que as escrituras nos dizem a respeito da obrigatoriedade de dizimar, de como era realizado antes, durante e após o sacerdócio levítico.

O que é dízimo?

A palavra dízimo (מַעֲשֵׂ֖ר, em hebraico), tem sua equivalência em grego (δεκάτην) e significa um décimo, ou seja, o dízimo de algo é sua décima parte (10%). Atualmente é associado à religião, mas na antiguidade muitos reis exigiam dízimo de seus povos. Em alguns países de língua alemã há a cobrança de uma espécie de dízimo obrigatório (Kirchensteuer) para quem é membro de igreja, o que levou vários alemães a abandorem as igrejas.

Muitos acreditam que o dízimo foi estabelecido na lei de Moisés, mas como veremos mais a frente, essa informação não é verdadeira. Em algumas civilizações, inclusive não cristã, anteriores à Moisés, o dízimo já era prática comum. No Egito foi pago o quinto da terra à Faraó (Gênesis 47:24), que é um duplo dízimo (20%) e a prática de mais de um dízimo era comum também no meio levítico (Deuteronômio 14:23). Pois um era santo e separado para Deus (Levítico 27:30), outro poderia ser utilizado para uso próprio e inclusive em dinheiro (Deuteronômio 14:25,26), outro à cada três anos e para auxílio aos necessitados (Deuteronômio 14:28,29). Além dos judeus e cristãos, os islâmicos tem algo parecido com o dízimo chamado de Zakat (زَكَاة, em árabe), mas o valor é de 2,5% da riqueza de cada pessoa.

Dízimos no sacerdócio levítico

Deus solicitou por meio de Moisés à todos os filhos de Israel (Levítico 27:34) que trouxessem os dízimos do campo e de suas produções (Levítico 27:30). Sem a contribuição do dízimo, os filhos de Levi (levitas), não teriam sustento, pois eles não tinham outra herança (Números 18:24) e os seus trabalhos estavam relacionados à manutenção do tabernáculo (Números 18:21), por estatuto perpétuo (Números 18:23). Até os próprios levitas deviam dar dízimo dos dízimos recebidos (Números 18:26). Além do dízimos que eram obrigatórios segundo a lei mosaica, existiam também as ofertas que eram voluntárias (Êxodo 36:3).

O Senhor, por intermédio do profeta Malaquias, chama os israelista de ladrões, que roubam a Deus (Malaquias 3:8,9) por não auxiliar os levitas, por meio dos dízimos e ofertas, causando a falta mantimento no templo. Inclusive pede para que O prove ao levar os dízimos, abençoando-os (Malaquias 3:10,12) e evitando que pragas estrague as plantações (Malaquias 3:11). Por esse exemplo, vemos que não auxiliar as atividades relacionadas à Deus é semelhante à roubá-Lo. A casa do tesouro relatada em Malaquias (Malaquias 3:10) era um depósito, ou um celeiro, do templo para armazenamento dos dízimos (Neemias 10:38,39). Salomão também descreve bençãos relacionadas com o dízimo (Provérbios 3:9,10).

Antes de Moisés

Antes de Moisés, do sacerdócio levítico e das leis escritas, a prática do dízimo, já era realizada por Abraão (Gênesis 14:20), que tinha por direito os espólios de guerra, entretanto entregou à Melquisedeque, que era o sacerdote do Deus Altíssimo (Gênesis 14:18, Hebreus 7:1). Esse tipo de sacerdócio, sem leis escritas em tábuas de pedras (Ezequiel 36:26,27, 2 Coríntios 3:3, Hebreus 8:10), é o mesmo modelo que temos atualmente com Cristo (Hebreus 6:20, Hebreus 7:3,21,23, Salmos 110:4).

Jacó também antes do sacerdócio levítico e, portanto, antes da lei de Moisés, fez voto de dizimar tudo o que o Senhor lhe desse (Gênesis 28:22). Portanto, verificamos que o dízimo já existia antes da instituição da lei que veio de Deus por meio de Moisés (Levítico 26:46).

Abraão e Jacó eram sacerdotes de suas famílias, já que eles eram responsáveis pelos sacrifícios (Gênesis 22:13, Gênesis 31:54) e não haviam os levitas, mesmo assim eles deram os dízimos, mostrando que antes da lei de Moisés o dízimo era um reconhecimento de que tudo é propriedade de Deus, já que não haviam sacerdotes levitas e nem templo. Assim como Abraão e Jacó, também somos sacerdotes (1 Pedro 2:5,9).

Alguns dizem que Abraão deu dízimo apenas uma única vez e Jó, que era justo, nunca deu dízimo. A falta do relato não implica em negação da contribuição do dízimo. Não há como afirmar que Abraão deu dízimo apenas uma única vez e nem que Jó não dava dízimos, pois nas escrituras não existem os registros de cada dízimo dado.

Dízimo para os judeus

Será que os judeus de hoje dão os dízimos? A verdade é que os dízimos atuais não são dados para levitas, pois não há trabalhos do templo a serem desempenhados. Porém há um conceito e mandamento bastante importante conhecido como tzedaká (צדקה em hebraico), relacionado com justiça e dado por Deus no Monte Sinai (Deuteronômio 15:7,8). Portanto, uma vez que não há mais levitas, todo judeu tem a obrigação de dar um décimo de sua renda e ajudar os necessitados para cumprir o tzedaká. As leis relativas ao dízimo que beneficiam as viúvas, órfãos e necessitados vigoram em Israel até hoje. Há alguns pontos interessantes nas citações do Maimônides (um dos grandes codificadores das leis judaicas): o doador sabe quem é o destinatário, mas quem recebe a doação não deve saber quem fez a doação; o doador faz a caridade antes mesmo de ser solicitada. Há mais informações a respeito no site da Associação Israelita de Beneficência Beit Chabad do Brasil.

Dízimos no Novo Testamento

Nas ofertas, Cristo criticou a avareza dos ricos e exaltou a contribuição da oferta de coração feita pela viúva pobre (Lucas 21:1-4). Também criticou aquele que cumpre a lei, jejua e dá dízimos apenas para se exaltar (Lucas 18:12,14). Entretanto, Ele confirma que o dízimo é bom para ser devolvido, dizendo que devemos ter justiça, misericórdia e fé, sem deixar de dizimar (Mateus 23:23). Embora haja algumas referências nos evangelhos, na época apostólica não se determina a porcentagem, mas é dito que devemos dar conforme a nossa prosperidade (1 Coríntios 16:2), voluntariamente e com alegria (2 Coríntios 9:7).

O Novo Testamento garante que Cristo cumpriu todos os preceitos da Lei (Mateus 5:17). Ele era judeu (Mateus 1:1-16) e também foi circuncidado (Lucas 2:21) de acordo com a orientação de Deus dada para Abraão (Gênesis 17:9-11). Portanto, Ele também deu o dízimo, pelo menos enquanto estava com José, que era carpinteiro (Mateus 13:55, Marcos 6:3). Cristo também foi auxiliado financeiramente para pregação do evangelho (Lucas 8:1-3).

Embora Paulo não utilizava-se do dinheiro do dízimo (1 Coríntios 9:15) para não ser empecilho para a pregação do evangelho (1 Coríntios 9:12), ele sabia que era um direito dado por Deus (1 Coríntios 9:14, 1 Coríntios 9:4). Isso fica evidente por causa da referência ao dinheiro que sustentava os levitas no templo: o dízimo (1 Coríntios 9:13).

Para o crescimento da igreja primitiva e auxílio aos necessitados, era comum a contribuição financeira na época apostólica, por meio de coletas (1 Coríntios 16:2), por ofertas voluntárias em dinheiro provindo de venda de imóveis (Atos 4:34,35) e em alguns casos auxílios à outras igrejas em outras regiões onde havia necessidade (Atos 11:27-30, Romanos 15:26, 1 Coríntios 16:3, 2 Coríntios 8:1-3). Além do auxílio aos necessitados por meio de ofertas (Atos 4:32-37), havia contribuições para os presbíteros (1 Timóteo 5:17,18).

Dinheiro, frutos da terra, anual ou mensal?

Antigamente o dízimo não era mensal, era anual e não financeiro. Essa afirmação está parcialmente correta. Em Deuteronômio 14:22-24, é dito claramente que o dízimo era do fruto anual do campo, entretanto a forma de trabalho na época do Velho Testamento é bem diferente de hoje. Apesar disso, e alguns casos, os dízimos eram recebidos até de três em três dias (Amós 4:4).

Há um motivo dessa periodicidade anual do dízimo: na época levítica, a colheita também era anual, e havia uma festa para comemorar o seu início, conhecida como Festa das Primícias (um dos sete sábados anuais cerimoniais), pois os primeiros frutos da colheita eram dedicados à Deus (Levítico 23:9-14). Havia também outro sábado anual cerimonial que comemorava o fim da colheita, também conhecido como Pentecostes ou Festa das Semanas (Levítico 23:15-22).

Atualmente, o nosso rendimento não é mais anual, mas sim em períodos curtos, mensais, em alguns casos semanais e diários. Os custos também seguem a mesma lógica, portanto, ao reter o dízimo por um período longo, o dinheiro direcionado à obra de Deus pode perder seu valor real e causar demora desnecessária onde ele seria utilizado de maneira imediata. Essa realidade não ocorria no período levítico.

Outro ponto interessante é que nessa época, e até recentemente, a moeda de troca eram os produtos agrários (escambo), por isso o dízimo era dado em frutos da terra: grãos, vinho, azeite, vacas, ovelhas (Deuteronômio 14:23), hortelã, endro, cominho (Mateus 23:23), arruda e hortaliças (Lucas 11:42). Esse era o “dinheiro” mais utilizado na época. No periodo do novo testamento também não havia objeções a dar o dízimo em dinheiro, como podemos comprovar na lição da viúva pobre (Lucas 21:1-4). No antigo testamento, o dízimo poderia ser em dinheiro também, mas acrescentava-se um juros da quinta parte na conversão (Levíticos 27:31).

Amor, graça e reconhecimento

Ninguém deve ser obrigado à dizimar e ofertar, pois Deus não se alegra com sacrifícios (Oséias 6:6, 1 Samuel 15:22). É necessário aprender o que significa isso (Mateus 9:13). Se você não se alegra em dizimar, isso não agrada à Deus (2 Coríntios 9:7). Sabemos que Deus é o Dono de tudo (Samos 24:1), Ele criou todas as coisas, visíveis e invisíveis. Tudo foi criado por Ele e para Ele (Colossenses 1:16). É Deus que te dá a força para o seu sustento financeiro (Deuteronômio 8:17,18) e mantimento (Salmos 145:15). E assim que tivermos isso em mente, buscaremos auxiliar toda a obra que contribua para o reino de Deus, em uma denominação ou fora dela, auxiliando na divulgação da Palavra e o restante nos será acrescentado (Lucas 12:31).

Dizimar e ofertar não é critério de salvação e sim gratidão. Uma contribuição dada para auxílio ao evangelho exerce a mesma função do dízimo da lei levítica. Assim como no velho testamento, as ofetas e dízimos iam para o templo, nas reuniões do novo testamento o dinheiro ia para auxílio missionário (semelhante ao dízimo da lei), auxílio à igreja local e necessitados (semelhante à outros dízimos e ofertas da lei). Atualmente, pela graça de Cristo, podemos realizar o mesmo tipo de obra, seja auxiliar uma igreja física, uma instituição beneficiente, apoio à um grupo de missionários ou pessoas que evangelizam e ajudar o necessitado. Se o nome que você utiliza para isso é coleta de ofertas ou de dízimo é só uma questão de nomenclatura, já que todo auxílio deve ser feito de forma voluntária, de coração. Portanto, dizimar, ofertar ou auxiliar, o importante é que seja feito por Amor.

É melhor dar do que receber (Atos 20:35) seja financeiramente, nos dízimos e ofertas (Ageu 2:8), ou mesmo com o nossos talentos, dons (Tiago 1:17, 1 Coríntios 12:7-11), tempo (Tiago 4:13-15), vida (João 3:16) e corpo, pois também não é nosso e sim propriedade de Deus, santuário do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19,20). Mesmo assim estaremos apenas devolvendo uma parte do que já é completamente de Deus, mas aprenderemos a nos guardar da avareza (Lucas 12:15, Hebreus 13:5, 1 Timóteo 6:6-10, Provérbios 15:16). Portanto, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (Mateus 6:19-21). Que possamos ser contribuintes para o evangelho, não em virtude de lei, mas mediante a graça de Cristo;

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Leve Compaixão

A palavra compaixão no dicionário de língua portuguesa, significa dor que nos causa ao ver o mal sendo feito ao nosso próximo ou participação da dor alheia com o intuito de dividi-la com o sofredor. A etimologia da palavra tem origem do latim: compassionem da raíz compati, que possui a seguinte composição: com (junto) + pati (paixão, sofrer). Veremos que embora a origem da palavra compaixão em nosso idioma tenha um sentido interessante, nas escrituras esse sentimento tem origem em um significado físico e importante para o entendimento correto.

Origem no grego

Embora alguns acreditem que, nas escrituras, a palavra que foi traduzida para compaixão venha da composição de com + πάθος (transliterado pathos), assim como ocorre no latim e no português, essa inferência não é correta. A palavra pathos e suas derivada como pathe (πάθη) e pathei (πάθει) nas escrituras são sempre associadas com paixões depravadas e afeições negativas. Podemos encontrar nos seguintes versículos:

Por isso Deus os abandonou às paixões (πάθη) infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
Romanos 1:26

Em Romanos, as paixões infames são associadas à homossexualidade (Romanos 1:27).

Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, a afeição (πάθος) desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
Colossenses 3:5

Em Colossenses, a afeição desordenada não deve fazer parte do cristão (Colossenses 3:6).

Não na paixão (πάθει) da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.
1 Tessalonicenses 4:5

Em Tessalonicenses à paixão da concupiscência pode ser vista pelo próprio versículo que são associadas às pessoas que não conhecem a Deus.

Portanto, não é adequado a afirmação da mesma construção que temos em latim. Há uma possibilidade de uma forma alternada que é a palavra πάσχω (transliterada: paschó). Entretanto, essa palavra é associada com sofrimento e não compaixão, ternura ou piedade (por exemplo: Mateus 16:21, Mateus 17:12, 2 Timóteo 1:12).

Nas Escrituras – As entranhas contorcidas

Um exemplo claro e bom de compaixão encontramos num relato de Mateus, também descrito em João, sobre a chegada de Jesus em Tiberíades, situado às marges da Galileia (João 6:1):

E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos.
Mateus 14:14

Jesus atraia várias pessoas que sentiam necessidade de cura (João 6:2) e posteriormente fome (Mateus 14:20). A multidão era em torno de cinco mil homens, além das mulheres e crianças (Mateus 14:21). O mesmo sentimento é demonstrado por Jesus em outras situações, onde as multidões andavam cansadas e desgarradas (Mateus 9:36).

A expressão de íntima compaixão, se fosse traduzida literalmente, significaria ter as entranhas contorcidas, movidas em amor, o que expressa um pouco do sentimento que Jesus teve. A palavra compaixão nesse texto, em grego, é ἐσπλαγχνίσθη (transliterado: esplanchnisthē), também sinônimo de σπλαγχνίζομαι (transliterado: splagchnizomai), deriva da palavra σπλάγχνα (transliterado: splagchnon) e significa literalmente entranhas, vísceras (intestinos, coração, rins, pulmões, …). É utilizado tanto para os componentes físicos, como na morte de Judas Iscariotes (Atos 1:18) ou para sentimentos (por exemplo: Lucas 1:78, 2 Coríntios 6:12, Colossenses 3:12, 1 João 3:17). Figurativamente, as entranhas eram o local das emoções. Temos também expressões equivalentes no hebraico: quando José viu seu irmão Benjamim (Gênesis 43:30), no episódio do Salomão com duas mães e um filho, onde a mãe verdadeira ficou comovida (1 Reis 3:26) ou quando Deus se comoveu com Efraim (Jeremias 31:20).

O sentimento visceral associado às entranhas é utilizado até para expressar paixão e amor (Cânticos 5:4). Paulo também fala sobre afeição associada às entranhas (Filipenses 1:8, Filipenses 2:1, 2 Coríntios 7:15), inclusive em alguns trechos, se forem lidos de maneira literal sem associar à interpretação de entranhas como sentimentos, fica um pouco estranho como, por exemplo, nos seguintes versículos:

Porque temos grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó irmão, as entranhas dos santos foram recreadas.
E tu torna a recebê-lo como às minhas entranhas.
Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; recreia as minhas entranhas no Senhor.
Filemon 1:7,12,20

Compaixão de Deus no Velho Testamento

Mesmo com a desobediência (Juízes 2:17), Deus se mantém misericordioso, amoroso e compassivo (Juízes 2:18), ouvindo o clamor e gemido de quem sofre (Êxodo 2:23-25). Em várias situações, Deus demonstrou a mesma compaixão (2 Reis 13:23, Isaías 54:7,8,10) que Jesus mostrou quando veio como humano (Filipenses 2:8).

Deus se compadece como um pai de seus filhos que o temem (Salmos 103:13) e, quando estamos arrependidos, Ele se esquece dos nossos pecados (Miquéias 7:18,19). Há diversos exemplos sobra a compaixão de Deus para com o ser humano (Joel 2:18, Deuteronômio 32:36, Isaías 14:1, Salmos 86:15, Salmos 72:12,13, Salmos 78:36-39, …) desde a eternidade (Salmos 25:6).

Ação para o próximo

É interessante notar como o sentimento pode ter implicações físicas a ponto de agir sobre as vísceras. Pedro, também diz como devemos nos sentir associando a misericórdia com o sentimento visceral (entranhavelmente).

E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis.
1 Pedro 3:8

Prometer e dizer que está orando pela pessoa e não fazer isso de coração, a sua oração se torna abominável (Salmos 66:18, João 9:31), entretanto, a oração de um justo, pode muito em seus efeitos (Tiago 5:15,16). Para poder agir com compaixão de modo a minimizar o sofrimento alheio é necessário seguir alguns passos: observar (1 João 3:17), ouvir com mansidão (Juízes 2:18, Gálatas 5:22, Colossenses 3:12-14) e agir (Mateus 14:14).

Apenas se lamentar pela situação ou dizer que sente muito, não são características da compaixão e sim da indiferença, falta de fé (Tiago 2:15-17) e falta de amor (1 João 3:17). Ao notificar a morte de uma pessoa, ao conversar com pais de alguém que tirou a própria vida, ou mesmo ao ver alguém enfermo, que possamos sentir nossas vísceras retorcerem dentro de nós e nos motivar a agir para amenizar as dores do nosso próximo. Cristo praticava isso em toda a sua vida. Ao ver uma mãe que perdeu seu único filho, Cristo sentiu suas entranhas retorcerem (moveu-se de íntima compaixão) e além de fornecer uma palavra de conforto para a mãe (Lucas 7:13), ressuscitou seu único filho (Lucas 7:14). Com esse exemplo, podemos ver, que amenizar a situação com palavras de conforto e agir, na medida do possível, para resolvê-la, são características da verdadeira compaixão (2 Coríntios 1:3,4), que nos faz inclusive se entristecer e chorar (João 11:35, Romanos 12:15).